Sem esperar, surgiu-me pela frente a possibilidade de realizar um fim-de-semana prolongado. Assim que consegui confirmar a disponibilidade de sexta-feira e de verificar que o tempo e o mar também estavam de feição surgiu-me em mente uma só ideia. Pesca e mais pesca. No intervalo, pesca outra vez.
O cenário escolhido na madrugada de sexta-feira estava idílico. Um mar bonito, com uma cor esverdeada e uma ondulação de cerca de um metro. À minha frente, a compor o cenário encontravam-se alguns pesqueiros ladeados por três ou quatro barcos de pesca (o que apesar de tudo considero um bom sinal).
Com tudo a conjugar-se na perfeição, nesta manhã, não consegui ferrar nenhum robalo. Talvez não estivessem lá ou talvez a aselhice seja muita. Voltei para casa com a imagem do local gravada na cabeça. Um só pensamento persistia: “eles têm que lá andar”.
Como o fim-de-semana estava destinado para a pesca, voltei ao local nessa mesma noite. O mar havia caído um pouco e o vento nem se fazia sentir. O local idílico da madrugada assim continuava. Agora com uma nova envolvente. Um céu estrelado onde volta meia volta pingava uma estrela cadente. Sem a luz da lua nem de qualquer outro tipo (a não ser umas pequenas lanternas que esporadicamente luziam pelo areal fora) o céu revelava todo o seu esplendor.
Após realizar alguma prospecção com diferentes amostras opto por colocar na ponta do meu multifilar uma mostra que até hoje nunca me tinha dado nenhuma alegria. Inclusivamente, nos primórdios deste blogue a havia colocado no grupo das amostras do meu descontentamento.(link)
Meia dúzia de lançamento e aí estava o drag do carreto a cantarolar aquela musiquinha que tanto desejamos. Meia dúzia de cabeçadas e alguns metros de fio levados em corrida denunciavam quem se encontrava preso à Maria Angel Kiss. Pouco tempo depois o robalo encontrava-se finalmente encalhado no areal. Já era meu.
A faina continuou, agora cerca de um quilómetro mais a norte deste local. Alguns lançamentos que não resultaram em captura, a vazante da maré que deixou o pesqueiro praticamente sem água levaram-me a decidir mudar de sítio. Desta vez com uma maxrap de cor azul a cantilena repetiu-se. O segundo exemplar, um pouco menor que o primeiro, não resistiu ao charme da amostra e revelou-se impotente para consumar a fuga. O resto da história é sobejamente conhecido.
Algum tempo depois, com o nascer do sol e sem mais nenhum toque dei por finda a minha jornada. Na noite de Domingo ainda voltei ao local mas sem resultados práticos. Para mim, a pescaria do fim-de-semana estava concluída. Agora, só já penso na próxima.
Fiquem bem.