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terça-feira, 28 de junho de 2011

Dança a dois tempos.

Sem esperar, surgiu-me pela frente a possibilidade de realizar um fim-de-semana prolongado. Assim que consegui confirmar a disponibilidade de sexta-feira e de verificar que o tempo e o mar também estavam de feição surgiu-me em mente uma só ideia. Pesca e mais pesca. No intervalo, pesca outra vez.
O cenário escolhido na madrugada de sexta-feira estava idílico. Um mar bonito, com uma cor esverdeada e uma ondulação de cerca de um metro. À minha frente, a compor o cenário encontravam-se alguns pesqueiros ladeados por três ou quatro barcos de pesca (o que apesar de tudo considero um bom sinal).


Com tudo a conjugar-se na perfeição, nesta manhã, não consegui ferrar nenhum robalo. Talvez não estivessem lá ou talvez a aselhice seja muita. Voltei para casa com a imagem do local gravada na cabeça. Um só pensamento persistia: “eles têm que lá andar”.
Como o fim-de-semana estava destinado para a pesca, voltei ao local nessa mesma noite. O mar havia caído um pouco e o vento nem se fazia sentir. O local idílico da madrugada assim continuava. Agora com uma nova envolvente. Um céu estrelado onde volta meia volta pingava uma estrela cadente. Sem a luz da lua nem de qualquer outro tipo (a não ser umas pequenas lanternas que esporadicamente luziam pelo areal fora) o céu revelava todo o seu esplendor.
Após realizar alguma prospecção com diferentes amostras opto por colocar na ponta do meu multifilar uma mostra que até hoje nunca me tinha dado nenhuma alegria. Inclusivamente, nos primórdios deste blogue a havia colocado no grupo das amostras do meu descontentamento.(link)
Meia dúzia de lançamento e aí estava o drag do carreto a cantarolar aquela musiquinha que tanto desejamos. Meia dúzia de cabeçadas e alguns metros de fio levados em corrida denunciavam quem se encontrava preso à Maria Angel Kiss. Pouco tempo depois o robalo encontrava-se finalmente encalhado no areal. Já era meu.


A faina continuou, agora cerca de um quilómetro mais a norte deste local. Alguns lançamentos que não resultaram em captura, a vazante da maré que deixou o pesqueiro praticamente sem água levaram-me a decidir mudar de sítio. Desta vez com uma maxrap de cor azul a cantilena repetiu-se. O segundo exemplar, um pouco menor que o primeiro, não resistiu ao charme da amostra e revelou-se impotente para consumar a fuga. O resto da história é sobejamente conhecido.

Algum tempo depois, com o nascer do sol e sem mais nenhum toque dei por finda a minha jornada. Na noite de Domingo ainda voltei ao local mas sem resultados práticos. Para mim, a pescaria do fim-de-semana estava concluída. Agora, só já penso na próxima.
Fiquem bem.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Novo olhar sobre as amostras #3

Apresento-vos hoje mais algumas fotos que realizei para o concurso de fotografia do fórum de pesca Oceano Ibérico.
Estas fotos, parecendo algo complicadas de fazer, são na verdade relativamente fáceis de se obter. Não necessitam de nenhum material extraordinário nem de muita “mão de obra”. Uma amostra, um tabuleiro de cor ou vidro, uma máquina fotográfica com flash e bastantes pingas de água. Se desejarmos alguns efeitos mais folclóricos, podemos utilizar líquidos coloridos. Como necessitamos de conseguir uma perfeita sincronização do flash com a pinga de água a cair, torna-se necessário fazer dezenas de fotografias até se conseguir um efeito engraçado ou desejado.
Sem serem fotografias fantásticas, podemos verificar três efeitos que dão alguma piada à composição.





Fiquem bem!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Tainha ao spinning.

Às cinco horas da manhã, dirigi-me ao pesqueiro escolhido para tentar, mais uma vez, apanhar um robalo ao spinning. Após algumas horas passadas e muito metros de areal percorridos, acabei por ferrar uma tainha mesmo junto aos meus pés. Numa manhã em que os robalos não quiseram cooperar, a tainha acabou por me dar alguma emoção e esperança para mais uns lançamentos.
Já tinha visto apanhar, ao spinning, tainhas pela barriga. Agora, apanha-las pela boca foi para mim uma novidade. De facto a pesca é rica em mistérios e em histórias. Só quem lá anda é que pode acreditar em alguns relatos que se ouvem. Outros, se os escutarem, é certo que nos alcunham imediatamente. E sabemos muito bem qual é a alcunha. Pela riqueza das histórias, não os censuro.
Este peixe, pertence à ordem dos Perciformes, família dos Mugilidae e o seu nome científico varia conforme a espécie. Julgo, que este exemplar possui um nome vulgar de Liza saliens.
As tainhas podem ser capturadas ao longo do litoral, sendo também comum encontra-las em lagoas, rias e estuários.
Enfim, não era o que procurava mas acabou por me dar alguma emoção.
Fiquem bem.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Porto Côvo!

Organizado pelo Oceano Ibérico (OI – www.oceanoiberico.com), realizou-se nos dias 28 e 29 de Maio em Porto Côvo um encontro de pesca de águas interiores e mar.
Considerando esta, uma das zonas mais bonitas do país e ainda por cima uma excelente zona de pesca, eu e o José Almeida (Kaywox) fizemo-nos à estrada e rumámos até ao litoral alentejano.
Após uma longa viagem, apenas com um interregno em Lisboa para fazermos um pouco de street fishing ao robalo, chegámos ao local combinado por volta das seis da manhã. Com encontro marcado entre todos os participantes, oriundos de quase todas as zonas do país, para as oito, aproveitámos as duas horinhas que nos restaram para dormir um bocadinho e para tirar algumas fotos da alvorada alentejana.

A manhã de Sábado foi preenchida com um concurso de pesca ao achigã na barragem de Morgavel. Embora pequenos, conseguiram-se enganar alguns peixitos que depois de fotografados foram prontamente devolvidos ao seu ambiente em perfeitas condições. Esta era uma condição imprescindível para se poder participar neste concurso. Qualquer equipa que não respeitasse esta regra seria prontamente desqualificada. Evidentemente, todas as equipas terminaram o concurso. Bom sinal.
Após o concurso dirigimo-nos até Porto Côvo onde almoçamos um excelente choco frito com arroz de tomate e uma bela feijoada de búzios. O resto do dia foi preenchido livremente por cada um, optando nós por dar uma volta pelas praias já que o tempo que se fazia sentir a isso convidava. À noite, depois de alojados na Herdade, um local calmo e com gentes simpáticas, jantámos no restaurante dessa mesma herdade. Posso adiantar que a caldeirada estava um luxo!
Domingo de manhã, o concurso de pesca realizou-se desta vez em água salgada. O objectivo primordial era a captura de robalos, embora fosse igualmente permitida a captura de outras espécies. Num cenário paradisíaco, as rochas ficaram cobertas de pescadores cheios de fé que lançavam e recolhiam insistentemente as suas amostras. Os robalos, esses, fintaram-nos e poucos conseguiram alcançar o seu troféu. Apesar de tudo, tivemos uma manhã fantástica de convívio e de pesca.
Após o almoço, era tempo de arrumar a trouxa e fazermo-nos de novo à estrada. Para trás ficava um excelente fim-de-semana, em locais bonitos com gentes afáveis e de boa camaradagem. Quando lá voltarei, não sei, pois a distância é grande e a despesa da viagem também. A saudade, essa, já me bate à porta. Restam-me as fotografias para minorar a mágoa. Com vocês, partilho algumas delas.


Fiquem bem!

"Olhó" Charroco!

Há alguns dias, resolvi ir experimentar uma pescazinha aos robalos com vinis. Para mim, esta pesca era uma novidade. Ainda gosto de praticar spinning com amostras duras e como tal não me tenho debruçado a fundo sobre a pesca com vinis.
Aproveitando a deslocação a Porto Côvo para o encontro organizado pelos “patrões” do fórum Oceano Iberico (OI), eu e o meu já habitual companheiro de faina e fornecedor de vinis, José Almeida (Kaywox), resolvemos fazer uma pausa para tentarmos a sorte num street fishing no Tejo.
Uma noite quase perfeita, calma, com boa temperatura mas onde os robalos não quiseram marcar a sua presença. Em contrapartida, os charrocos (xarrocos) estiveram sempre activos e com vontade de nos dar algumas alegrias. Pessoalmente, nunca tinha apanhado nenhum destes estranhos animais e deles conhecia mesmo muito pouco.
O charroco, carinhosamente chamado em Lisboa de Manuelas Moura Guedes pelo facto de possuírem uma boca exageradamente desproporcionada em relação ao resto da cabeça, pertence à ordem dos Batraichoidiformes, família dos Batrachoididae e possui o nome científico de Halobatrachus didactylus. Possui um corpo deprimido com uma cabeça e boca grandes. As maxilas são providas de tentáculos cutâneos e as barbatanas peitorais são igualmente grandes. Apresenta uma cor castanho-esverdeada com manchas escuras. Apresenta um tamanho médio de 50cm de comprimento. O seu habitat situa-se na zona infra e circalitoral, em fundos vasosos.

Fonte: SALDANHA, L. (sem data); "Fauna Submarina Atlântica - Portugal Continental, Açores e Madeira", Publicações Europa América

Sem grande valor desportivo nem comercial, este peixe é contudo apreciado em Lisboa e em Setúbal onde faz parte integrante da caldeirada.
Fiquem bem!